MANIFESTO SINTEC/ES – DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES

05/03/2020

MANIFESTO DO SINTEC/ES

AO “DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES”

Cesse tudo o que a musa antiga canta, que outro valor maior alto se alevanta!” (Luís de Camões – Os Lusíadas)

A data de 8 de março nos leva a refletir – todos os anos – sobre como sedimentar as conquistas das mulheres alcançadas até então, mas principalmente sobre como lutar pelos direitos que ainda estão por ser conquistados. Luta árdua que teve início na longínqua Antiguidade e que, quase que inexplicavelmente, persiste até os dias de hoje, em pleno século XXI.

A data tem origem em plena Rússia Czarista, quando mulheres revolucionárias realizaram uma grande passeata reivindicando “Pão e Paz”, denunciando dois dos maiores flagelos vividos pela população, naquela época: a fome e Primeira Guerra Mundial.

Entretanto, foi em 1910 que se realizou na Dinamarca a “II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas“. Na ocasião, Clara Zetkin, do Partido Comunista Alemão, propôs a criação de um dia dedicado às mulheres, mas a data só foi instituída pela ONU em 1975, em homenagem à luta e às conquistas das mulheres. A escolha do dia 8 de março está relacionada com a greve das operárias russas de 1917.

As mulheres conquistaram ao longo dos tempos alguns dos mais importantes instrumentos da cidadania, como direito de votar e ser votada, participar das administrações públicas e privadas em condições de igualdade com os homens e receber salários similares, lutas que ainda caminham para se concretizar por completo.

No Brasil, além dos direitos fundamentais ainda não completamente conquistados, as mulheres acabaram perdendo – junto com os homens – vários direitos trabalhistas durante o governo do presidente direitista Jair Bolsonaro. Mas, também é uma questão de tempo a retomada desses direitos perdidos, como idade mínima para aposentadoria, não levando em conta a maternidade e outras características culturais e físicas das mulheres.

A Lei Maria da Penha veio para não só contribuir para o fim do absurdo que é a violência física e psicológica, como também punir com rigor os machistas que usam de violência contra as mulheres. Esta lei se tornou um dos mais importantes instrumentos jurídicos para alcançar esse objetivo.

É por isto que no Brasil uma das lutas mais importantes na atualidade se dá no enfrentamento da violência, notadamente a doméstica. O machismo que ainda vive em homens inconscientes não consegue aceitar o fato das conquistas femininas nas últimas décadas, principalmente o direito à igualdade com os homens.

No plano internacional, as mulheres também se reinventam e criam novas linhas de frente nas lutas pelos direitos humanos. Exemplos disso são as jovens Greta Thunberg e Malala Yousafzai.

Greta, 17 anos, sueca, é uma jovem que se destacou pelo seu ativismo ambiental, que influencia e inspira pessoas pelo mundo inteiro. Ela foi capa da revista Time como personalidade do ano em 2019. No mesmo ano, foi indicada ao prêmio Nobel. Já Malala Yousafzai, 22 anos, paquistanesa, é um grande ícone na luta pelo acesso das meninas à educação. Em 2014, ganhou o prêmio Nobel da Paz. Ficou conhecida, contudo, quando sobreviveu a um ataque do Talibã, após ter sido baleada na cabeça ao se recusar a abandonar os estudos.

Greta e Malala estiveram juntas recentemente, quando a ativista sueca visitou a Universidade de Oxford, onde Malala estuda Filosofia, Política e Economia. Greta elogiou Malala, referindo-se a ela como seu “modelo”. Malala, por fim, deu a réplica: “Ela é a única amiga por quem eu faltaria à escola”.  Uma é um símbolo de resistência feminina e de luta pela educação, a outra é uma das principais influências pelas emergências climáticas. Desse modo, ambas extremamente necessárias para o mundo de hoje.

Apesar de muitos percalços, a frase de Camões acima bem serve para retratar grande parte das mulheres de todo o mundo. É óbvio que devido a questões culturais e religiosas, algumas regiões e países ainda estão muito longe de valorizar as mulheres conforme deveriam. Contudo, o tempo é inexorável e são irreversíveis os avanços que elas conseguiram, principalmente a partir de quando entraram definitivamente no mercado de trabalho como mão de obra do capitalismo que naquela se iniciava, em fins do século XVIII, todo o século XIX e início do XX. Exploração levada ao extremo, com mulheres – e crianças – trabalhando até 16 horas por dia, em condições de insalubridade desumanas e salários irrisórios. Infelizmente, muito disso se vê até os dias atuais, malgrado as lutas de todos os trabalhadores de quase o mundo inteiro. Porém, as mulheres, contando com o apoio de homens conscientes e de segmentos progressistas de quase todos os países do planeta, como é o caso do Sintec/ES, que as apóia incondicionalmente, continuam firmes nas lutas e não desistem, jamais. Foram feitas de um barro especial, cuja fórmula o Criador guardou trancada a 7 chaves. Um grande viva! pra todas as mulheres.

ATENÇÃO! A CUT promove uma manifestação pelo Dia Internacional das Mulheres nesta sexta-feira, dia 6 de março, em Vitória, antecipando a data oficial. Participe!

 

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