24/04/2020

22 de abril: Quase ninguém se lembrou…

De acordo com o Calendário Oficial do País, no dia 22 de abril é comemorado – ou deveria ser – o “Descobrimento do Brasil” e o “Dia Internacional da Terra”. As denominadas grandes mídias de todo o Brasil praticamente se omitiram em seus noticiários. Por que será?
O Dia da Terra, também chamado de Dia do Planeta Terra. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco intitula esta data como “Dia Internacional da Mãe Terra”, comemorado anualmente em 22 de abril, em todo planeta, para refletirmos sobre como podemos colaborar para proteger a Terra, principalmente nesses tempos em que alguns mandatários de países, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que nega a existência – contrariando a ciência – das conseqüências do chamado ‘efeito estufa’, originado principalmente pela poluição do ar na emissão de gases que está provocando o aquecimento global, responsável pelo acelerado degelo dos polos, grandes secas e ou enchentes imprevisíveis, ou seja, um grande descontrole climático .
O Dia da Terra foi comemorado pela primeira vez nos Estados Unidos, no dia 22 de abril de 1970. No primeiro “Dia da Terra”, o senador americano Gaylord Nelson (1916-2005) organizou um fórum ambiental que chamou a atenção de 20 milhões de participantes. Atualmente, o Dia da Terra é comemorado por aproximadamente mais de 500 milhões de pessoas ao redor de todo o mundo. Aqui no Brasil a data passou despercebida pelos órgãos oficiais, jornais tv’s, rádios, e até na WEB, num momento sensível de intensos debates sobre o meio ambiente planetário, que passou recentemente por grandes incêndios florestais nos Estados Unidos e na Austrália, e aqui no Brasil, notadamente, a destruição da Amazônia, vítima de desmatamento, mineração e ocupações ilegais, ocasionando incêndios (criminosos ou não) praticamente descontrolados, que dizimaram imensas áreas do ‘pulmão do mundo’.
Na verdade, tudo isto é fruto da incontrolável e insaciável ‘apetite’ dos ricos, afortunados investidores e empresários por mais e mais lucros, não levando em conta que os bens naturais não são inesgotáveis, como já se imaginava lá no início do Sistema Capitalista como Modo de Produção. Mas, a procura incessante por mais-valia (lucro) fez e faz com esses releguem a importância da Natureza, da Mãe Terra, tanto agora como para o futuro de toda a humanidade. A natureza reage dando sinais fortes que não consegue mais conter tamanha ignorância.
A data representa a luta em defesa do meio ambiente, promove a reflexão sobre a importância do planeta e o desenvolvimento de uma consciência ambiental. O planeta Terra é nossa casa. Vale lembrar a frase atribuída ao cacique Seattle, chefe dos Índios Suquamish, numa carta dirigida ao então presidente dos Estados Unidos, que passaria a ocupar doravante para exploração as terras onde vivia sua derrotada tribo, em 1855: “Quando a última árvore cair, derrubada; quando o último rio for envenenado; quando o último peixe for pescado, só então nos daremos conta de que dinheiro é coisa que não se come”.
Descobrimento do Brasil
É também no dia 22 de abril que deveríamos – nós, brasileiros – comemorar do Descobrimento do Brasil, fato ocorrido no ano de 1500, pelo português Pedro Álvares Cabral, quando comandava uma esquadra que atravessou o Atlântico, composta por três caravelas vindas de Portugal, no Continente Europeu. D ‘além mar, diriam eles.

Segundo a carta de Pero Vaz de caminha enviada ao rei de Portugal informando sobre o ‘achamento’ da denominada “Ilha de Vera Cruz”, logo depois corrigido ao se depararem com a extensão da ‘ilha’ para “Terra de Vera Cruz”. Os índios que os receberam eram pacíficos e não os confrontaram em nenhum momento. Segundo cálculos não muito precisos, estima-se que já viviam no Brasil, naquela época, cerca 5 milhões de índios, espalhados por todo o território que é hoje.
Pedro Álvares não ficou muito tempo, partiu a 2 de maio rumo as Índias em busca de especiarias, deixando dois degredados portugueses na terra para aprenderem a língua e os costumes desses índios.
As 13 caravelas de Cabral chegaram às futuras terras brasileiras pelo litoral da Bahia, numa região mais segura onde eles aportaram e que hoje pertence ao município de Santa Cruz de Cabrália.
Em terra firme, realizaram uma missa. Era a época da Páscoa e a celebração pascal foi dirigida por Frei Henrique de Coimbra, oficializando a descoberta do Brasil e a tomada material da terra pela Coroa Portuguesa.
Contudo, essa viagem até hoje não é bem explicada, porque os relatos oficiais contam que a esquadra de Cabral partiu de Portugal em direção às Índias, em busca de especiarias. Por que então os navegadores saíram da rota inicial e passaram a navegar pelo Atlântico, também chamado de “oceano longo”? Muito provavelmente não foi por acaso que aqui se aportaram, pois além de Cabral, nessa viagem também estavam navegadores experientes, como Bartolomeu Dias, o primeiro explorador português a dobrar o Cabo da Boa Esperança e a atingir o Oceano Índico.
Julga-se que as cartas de Pero Vaz de Caminha, que descreveram a nova terra e toda a viagem, não continham espírito de surpresa em avistar o território, e nem fala sobre os motivos do desvio da rota, depois de pouco mais de um mês de viagem e aproximadamente 3.600 quilômetros percorridos de forma “imprevista”.
Existem, de fato, relatos que de que Cabral não tenha sido o primeiro europeu a chegar por aqui. Basicamente, em 1498, dois anos antes dele; o comandante Duarte Pacheco Pereira teria chegado ao Brasil pelo litoral Norte e teria explorado parte das terras brasileiras hoje referentes aos Estados do Pará e do Maranhão. Essa descoberta teria sido mantida em segredos, por interesses do rei Dom Manuel, então rei de Portugal. A disputa na conquista de novas terras era ferrenha entre os países mais desenvolvidos na arte de navegação daquela época.
O rei de Portugal na época tinha consciência da missão de Duarte Pacheco e sabia da chegada de Colombo ao Caribe. Sem contar que as viagens de Vasco da Gama tratavam sobre indícios de terra firme no trajeto da Índia pelo Atlântico, apesar de as rotas usadas pela navegação fossem mantidas em sigilo total. De forma geral, isso garantia a supremacia e os interesses comerciais da nação que as comandavam. Por causa disso, a ideia do descobrimento do Brasil ser acidental perde ainda mais força.
Passado um período de aproximadamente 30 anos, os portugueses usavam a mão de obra indígena para a extração do pau-brasil, madeira avermelhada muito cobiçada na Europa para tingir tecidos. Como havia uma ‘infinita’ quantidade de pau-brasil, inspirou a mudança de nome que passou a se chamar no futuro apenas Brasil.
Devido ao roubo do pau-brasil pelos corsários, que comercializavam a madeira de forma ilegal na Europa, a Coroa enviou homem para colonizar a terra, porque também corria risco que estrangeiros ocupassem definitivamente a terra. E houve mesmo algumas tentativas.
Os portugueses já não queriam mais somente catequizar os indígenas, e sim escravizá-los, a fim de exercerem total dominação das terras, mas isso não funcionou de acordo com os seus propósitos e daí foi preciso trazer os escravos da África.
Na exploração do território, os colonizadores abandonaram mais tarde a exportação de pau-brasil – já exaurido, que passou a ser o plantio da cana-de-açúcar e os valiosos minérios da nova terra.
E aí começa uma nova história. Que não pode ser esquecida. Os primórdios da colonização do Brasil pelos portugueses, seguida da já exercida ocupação das diferentes etnias e nações de índios, logo depois acrescida da chegada dos negros trazidos como escravos da África como mão de obra, revelam não só as origens do nosso povo, mas também podemos entender melhor nossos costumes, traços culturais, enfim, nosso jeito de ser. Menosprezar ou esquecer a data do Descobrimento do Brasil é mais uma dessas atitudes que estão levando principalmente nossa juventude à falta de patriotismo, por exemplo. O amor pela Pátria deve ser estimulado pelos pais, escolas e poderes públicos, estimulando e alimentado os brasileiros a se conhecerem e se respeitarem muito mais. Por esta nossa manifestação do Sindicato dos Técnicos Industrias do ES – o Sintec/ES.

Obs.: Imagens extraídas na WEB sem autoria conhecida

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